Alma Descolorida
Ama descolorida
Vida sem vida;
A fúria lancinante das dores
Silencia-te em prantos de horrores.
Com o distanciamento das distrações
Restaram somente recordações
De afetos enganosos
Ilusões transformadas em destroços,
Que agora tornam mais difícil a sobrevivência
Sobrevivência da alma dolorida
Alma sofrida, iludida,
Caída, ressentida, falida
Falida nos sentimentos da vida.
Numa virada anual
A solidão consumia a tal,
Mais a ilusão de um romance
Deu-lhe uma nova chance
Chance de senti-se viva,
Porém em seguida, finda-se a perspectiva;
As tentativas de continuidade
Apenas aumentavam sua ceguidade;
No fundo, frustradamente sabia
Que a felicidade já não lhe pertencia
Voltando ao leito materno
O término lhe traduz um inferno
O sangramento interno
Alastra-se em impressões de eterno.
Agora alma, vives na penumbra da dor,
Com tanto a fazer, sem saber o que fazer;
Nas madrugadas de terror
Clamas ao cansaço urgência no adormecer.
Procuras ocupações
Que sirvam de distrações
Para minimizar o vazio
O vazio da tua existência canil.
Estás como um lobo solitário
Vida sem coragem para viver,
Tua esperança desce pelo raro
Levando a vitalidade do teu ser.
E assim alma, estás jogada ao nada
Abandonada, feito poeira na estrada.
Todo mundo te pisa, ninguém te visa
E nem mesmo escuta teus lamentos
Amante poesia é a única companheira na solidão;
O mundo dos teus sentimentos
Rui-se, em meio aos cacos do teu coração.
Comentários